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O desconforto na criatividade da publicidade

Madalena Pombal, 6 de março de 2023

Crónica

A publicidade pode ser vista como a arte de convencer, persuadir e seduzir os consumidores. Assume-se como uma forma de comunicação intencional e interessada que procura a promoção de produtos e serviços. Pretende ser uma ferramenta, um meio para atingir os objetivos no mercado e que, por sua vez, dá a conhecer diferentes variedades de um mesmo produto. Deste modo, o/a consumidor/a pode, com total conhecimento, escolher aquele que melhor se adapta às suas circunstâncias. 

Podemos dizer ainda que a missão da publicidade é cativar o público, a sua atenção. Os anúncios publicitários, por exemplo, devem exibir as melhores características e qualidades dos produtos ou serviços, de uma forma original, para que o/a consumidor/a se sinta tentado a comprar. Mas como é que uma publicidade se pode destacar de tantas outras? A resposta é simples. Através da criatividade, da ideia e de todo o processo de realização da peça publicitária.

Denota-se a presença de uma correlação entre a  criatividade e a ideia. A primeira é o processo mental que reproduz ideias e a segunda é o motor da criatividade. As ideias, por sua vez, abrem portas à inovação, a qual se pode traduzir num novo produto, numa nova peça de arte, num novo método ou na solução de um problema das mais diversas áreas. Na área da publicidade, a criatividade é imprescindível. O previsível não prende a atenção. Deste modo, torna-se importante que os/as profissionais da publicidade de hoje, desenvolvam esta ferramenta interior, no seu trabalho. 

Revela-se importante evocar que a criatividade não é uma disciplina, ou um programa escolar, mas todos/as nascemos com alguma capacidade criativa e a mesma deve ser estimulada. A criatividade explora-se, trabalha-se e nasce de uma simples folha em branco. Contudo, existem determinados fatores que podem bloquear e impedir a prospeção de novas ideias. O medo de fracassar assume-se como um dos mesmos e tende a gerar consequências desastrosas.

A realidade é que a publicidade tem sofrido inúmeras alterações nos últimos tempos e, por vezes, faz-nos sentir impotentes perante as transformações. Ser publicitário/a, hoje, assemelha-se a viver num ambiente de desconforto acrescido. Enquanto que, em tempos passados, os/as publicitários/as viviam somente desconfortáveis com o possível impacto das suas ideias na mente dos/as consumidores/as, hoje vive-se, também, o desconforto de ter de estar e saber estar pronto a interagir com quem consome tecnologias e que, por vezes, até melhor as conhece. Deste modo, penso que a melhor forma de contornar este receio e de ser um/a bom/boa publicitário/a é assumir o desconforto que norteia a profissão e compreender que as campanhas que não causam desconforto são insignificantes. 

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Legenda: O indivíduo presente na imagem transmite a ideia de desconforto, uma vez que está dentro de água com roupa. Contudo, o desconforto não o impede de continuar a imaginar e criar. Fonte: banco de imagens pexels. 

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